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PSD marca filiação de Raquel Lyra, governadora de Pernambuco que está de saída do PSDB

Publicada em: 06/03/2025 10:28 - Política

O PSD marcou para segunda-feira (10a filiação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, ao partido. A definição da data confirma a expectativa de que ela deixará o PSDB rumo à legenda fundada por Gilberto Kassab. O evento, no Recife, reunirá Kassab e lideranças do PSD do Nordeste e de outras regiões em torno da nova correligionária, que deve disputar a reeleição no Estado em 2026.

A saída de Lyra aprofunda o esvaziamento do PSDB, que hoje conta com três governadores e passará a ter somente dois, os do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel. Para sobreviver, o partido discute a possibilidade de se unir a outra agremiação por meio de fusão ou incorporação. A hipótese de aglutinação já foi discutida com o próprio PSD, mas não avançou até o momento. Os tucanos ainda conversam com siglas como Podemos e MDB. Hoje o PSDB forma uma federação com o Cidadania, mas a parceria também está em vias de ser desfeita.


A migração de Lyra era esperada desde os primeiros meses de seu mandato. Dirigentes tucanos já consideravam "precificado" o desembarque dela, que foi superada internamente no debate sobre a postura do PSDB em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Próxima do presidente, ela defendia que a sigla ficasse independente, mas a linha que tem prevalecido é a de oposição. Com a transferência para o PSD, Lyra deverá assumir a presidência do diretório estadual.

A indefinição sobre os rumos do PSDB pesou para a decisão da governadora, que agora começa a organizar palanques e alianças para a eleição do ano que vem, na qual poderá ter como adversário o atual prefeito do Recife, João Campos (PSB). Como ele e seu partido são aliados do PT, o pleito para o governo estadual em 2026 tem potencial de dividir a base do governo Lula em Pernambuco. Cada um dos partidos tem hoje três ministros na Esplanada. No caso do PSB, a lista inclui o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que é titular do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A legislação permite que ocupantes de cargos majoritários troquem de legenda sem correr o risco de perda do mandato. A chegada de Lyra fortalece as articulações de Kassab, o presidente nacional do PSD, que hoje também é secretário de Governo e Relações Institucionais da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanosem São Paulo, ao mesmo tempo em que mantém pontes com Lula. Kassab comemorou no ano passado a marca para o PSD de partido com maior número de prefeitos eleitos no país, um total de 891, sendo cinco em capitais.

Há a expectativa de que Lyra consiga influenciar os prefeitos do PSDB no Estado a também migrarem para o PSD. O primeiro partido conquistou 32 das 184 prefeituras em Pernambuco nas eleições de 2024, enquanto a legenda de Kassab venceu em 20. A soma dos apoios nos municípios daria uma condição confortável para a tentativa de reeleição. Lyra também busca uma estrutura mais robusta em termos de fundo eleitoral, já que os recursos para os tucanos encolheram. A federação PSDB-Cidadania tem hoje 17 deputados federais. O PSD tem 44.


Lyra está no PSDB desde 2016. Ex-deputada estadual e ex-prefeita de Caruaru, ela foi a primeira mulher eleita para o governo de Pernambuco, com 58,7% dos votos no segundo turno de 2022, superando Marília Arraes (Solidariedade). A eleição foi marcada pela morte do marido de Lyra, o empresário Fernando Lucena, que sofreu um infarto no dia do primeiro turno. Ela manteve a campanha em meio ao luto e chegou ao cargo numa posição de neutralidade em relação ao pleito nacional, que opunha Lula e o então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Valor econômico

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