Organizações internacionais alertam para aumento de surtos de doenças evitáveis e cortes no financiamento. (Foto: reprodução)
Durante a Semana Mundial de Imunização, a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Unicef e a Aliança Gavi destacaram os desafios enfrentados pelos programas de vacinação global. Desinformação, crises humanitárias e redução de investimentos estão comprometendo os avanços conquistados ao longo de décadas, expondo milhões de pessoas ao risco de doenças preveníveis.
Surtos de enfermidades como sarampo, meningite e febre amarela estão em ascensão, enquanto outras, como a difteria, correm o risco de ressurgir. O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, enfatizou que as vacinas salvaram mais de 150 milhões de vidas nos últimos 50 anos. “Sem investimentos e ações concretas, os avanços obtidos na imunização correm sérios riscos”, alertou Tedros.
O sarampo tem se destacado pela gravidade do ressurgimento, com casos superando 10 milhões em 2023 e surtos disruptivos sendo registrados em diversos países. No continente africano, a meningite e a febre amarela também têm apresentado aumento significativo, com milhares de casos e centenas de mortes relatadas.
Paralelamente, os cortes no financiamento estão prejudicando campanhas de imunização e vigilância de doenças em países de baixa e média renda. Dados recentes indicam que quase metade das nações avaliadas enfrenta interrupções moderadas ou graves na execução desses programas.
A estimativa é que cerca de 14,5 milhões de crianças tenham ficado sem vacinas de rotina em 2023, número superior ao registrado em anos anteriores. Em locais de instabilidade ou conflitos, a dificuldade de acesso aos serviços básicos de saúde agrava ainda mais a situação.
A diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, reforçou que proteger os direitos à saúde das crianças é uma prioridade global. “Precisamos redobrar os esforços para garantir que doenças evitáveis não se tornem ameaças recorrentes”, afirmou.
A OMS e suas parceiras apelam por maior atenção política e investimentos urgentes para fortalecer os sistemas de imunização, essencial para proteger populações vulneráveis e evitar retrocessos nos avanços obtidos em saúde pública.
Fonte: Rádio Cidade