Capital já supera em mais de 70% os registros de 2024, mas Saúde descarta cenário de epidemia. (Foto: Reprodução)
Mesmo antes do fim de 2025, o Recife já ultrapassou em 71% o total de casos de Dengue registrados ao longo de todo o ano passado. De acordo com o último Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde, até 8 de novembro foram notificadas 4.212 ocorrências, contra 2.463 casos confirmados em 2024.
O aumento é atribuído principalmente à reintrodução do sorotipo 3 do vírus da Dengue, ausente da cidade desde 2003. Segundo a Vigilância Ambiental, a circulação desse tipo do vírus torna a população mais vulnerável, especialmente pessoas que nasceram após esse período, além de estar associada a quadros mais graves e maior número de internações, inclusive entre crianças. As condições climáticas também contribuíram para o avanço da doença, com maior número de dias de chuvas intermitentes, que elevam a umidade e favorecem a proliferação do mosquito.
Apesar do crescimento dos registros, a Secretaria de Saúde afirma que o Recife não vive um cenário de epidemia. Os casos de chikungunya apresentaram queda de quase 38% em relação a 2024, enquanto a zika segue sem registros. O boletim aponta, no entanto, áreas com risco elevado de infestação pelo Aedes aegypti, como Vasco da Gama, Brasília Teimosa, Ibura e Cohab, além de outros bairros classificados com risco alto.
Com a chegada do verão, considerado o período mais crítico por causa do armazenamento inadequado de água, a gestão municipal reforça as ações de prevenção. Para 2026, está prevista a ampliação do combate aos focos do mosquito, com mais armadilhas de larvicida, plantões de agentes de saúde e operações especiais em períodos de maior circulação de pessoas, como o pré-carnaval.
As autoridades alertam que a Dengue é uma doença grave e que a colaboração da população é fundamental. Manter imóveis e terrenos limpos, permitir a entrada dos agentes de saúde e adotar cuidados básicos no dia a dia são medidas essenciais para reduzir o risco de transmissão, sobretudo entre crianças e idosos, considerados os mais vulneráveis.
Fonte: Rádio Cidade